terça-feira, 11 de novembro de 2014

O SILÊNCIO VALE OURO




Quando a saudade aflora à alma, sinto uma insistente vontade de remexer no passado para extrair do baú das lembranças algo marcante que vi ou vivi. Nessas horas ladinas, nem sempre forjadas em brilhos, olho para o azul esbranquiçado do céu e me recolho no presente, porque aqui é o meu lugar. Nessas reminiscências, aprendi a exorcizar as minhas culpas, já que o peso delas poderia fazer trôpega a caminhada. Se recordar é viver duplamente, prefiro alar os pensamentos e banhá-los com o mais ardente verde da esperança a me reportar ao que não queria ter visto ou vivido. Então, recolho as palavras e as borrifo no papel para lhes dar uma nova roupagem.


Esse é um poder que administro com cuidado para não melindrar o leitor ou o ouvinte e não me fazer menor ante o lido ou o recordado. Mesmo com cautela, às vezes, articulo expressões e frases das quais venho a me arrepender. Então me reporto ao silêncio com o seu peso em ouro, procurando me redimir pela articulação das palavras que têm o singelo valor da prata. No entanto, quem ouviu ou leu o que não queria, jamais esquece o articulado impróprio. E não perdoa, recorda o dito, joga com as emoções do pecador, sem piedade.


Nessas situações, se fazem latentes duas máximas muito fortes. A primeira é aquela em que uma pessoa pode acertar mil vezes, mas o que fica, macula a existência dela, se propaga no tempo é, talvez, um único erro cometido. A outra, penetrante como a mais afiada das adagas dos samurais, adverte o pecador de que se errar uma vez, a culpa é minha. Se o erro se repetir, a culpa é sua. Se continuar errando muitas vezes, talvez, não mereça a redenção...


Pensem nisso! Um EXCELENTE DIA, QUERIDOS e QUERIDAS!

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