quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A saudade e o elogio



Hoje amanheci nostálgica, saudosa de dar abraços nos filhos distantes e nos amigos. Então, afogada no que vivi, recordo-me deles com afeto e muito carinho.

Errei muito na criação de meus filhos, mimei-os em demasia, construí uma reforçada couraça anti-sofrimento em cima deles, todavia, de uma coisa que nenhum deles pode se queixar, e nem eu, é do compartilhamento do afeto, das gentilezas, das atitudes educadas, da prodigalidade dos beijos e dos abraçose das dpoces cumplicidades. Eu lhes revelava as minhas pequenas "sacanagens" e eles me confidenciavam os seus  segredos mais reveláveis.

Procurei gravar em seus cérebros que o "ter" é muito bom desde que venha acompanhado de um "ser" generoso e prestativo. Ensinei a eles, também, que, por não terem que administrar fortunas, sem parcimônia e sempre no superávit, deveriam administrar os sentimentos.

Se essa foi a grande lição que lhes ensinei e aprenderam, estou apaziguada com a vida porque procurei, pelo exemplo, mostrar a eles que o olhar sobre as pessoas e as coisas deve, acima de tudo, ser guiado pelo coração. Demonstrei-lhes que, antes de apontarem ou verem os defeitos nos outros e nas coisas, precisariam procurar-lhes o lado mais bonito da aparência física e do caráter, repetindo-lhes, reiteradas vezes: "quem não tem defeitos, que atire a primeira pedra."

Chegado o meu final, espero que bem velhinha, mas muito lúcida e ainda inteiraça, que a terra me seja leve e os céus me acolham com carinho...

Ah! Ensinei-os a elogiar sempre que acharem algo, alguém, um feito, um  ato bonito e bom. Emprestei a essa manifestação sinceridade e emoção, porque, para mim, o elogio tem a configuração de uma rosa das mais lindas e o sabor de todos os doces mais bonitos e saborosos. Aqueles que, uma vez provados, nunca mais esquecidos.


Penso que o consegui ser o que planejei ser e lhes incutir que fossem. No entanto, junto com o papel de mãe, procurei ser companheira, amiga, cúmplice. Se um deles ler estes meus escritos, poderá me escrever se o revelado em palavras  é realidade ou não passou de um sonho meu...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Educação de qualidade, um sonho?



A necessidade de se encontrar alternativas para a implantação de ensino de qualidade encontra respaldo na campanha A educação precisa de respostas. O grupo RBS, ao propor um processo intelectual integrado e crítico, lança à sociedade questões pertinentes sobre os reais motivos que têm resultado em tentativas inúteis para a formação integral do aluno, propondo mudanças importantes no ato de ensinar.

Para se compreender as causas que emperram o surgimento de ensino de qualidade, deve-se retroceder ao Período Colonial quando houve a preocupação em europeizar a cultura nativa; rememorar fatos como a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal; a nebulosa fase da cultura brasileira durante a instauração da República; a anarquia do ensino entre 1832 a 1889; a criação da Universidade no século XX, cópia fiel de paradigmas da cultura da Europa; as últimas e desastradas reformas de ensino; a despreocupação de entidades pedagógicas na preparação do professor; os baixos salários deste e o alienamento de famílias com a educação de filhos.

Sonhar com educação de qualidade implica questionar se os ensinamentos oferecidos correspondem aos reais objetivos da aprendizagem e se o ato de ensinar visa à atuação do professor com competência e satisfação pessoal. Pessoas que anseiam por mudanças devem questionar se a educação está direcionada à formação de seres autônomos, transformadores da realidade ou serve como instrumento multiplicador, responsável pela manutenção de um protótipo cujos resultados são decepcionantes. Acrescenta-se que, se não for analisada a verdadeira função das escolas, o tipo de preparação que é dispensada ao professor e o real papel que deve desempenhar junto aos alunos, nada mudará.

Se persistir o modelo de educador que ensina palavras despersonalizadas pela repetição automática, desvinculadas do mundo do aluno, se agir como centro propagador do saber, o que opta e orienta a ação, escolhe o conteúdo, não incentiva o pensar criativo e crítico, não se vale de recursos midiáticos e de técnicas pedagógicas envolventes, não ocorrerá mudança. Se o aluno for visto como um ente ignaro, mero paciente da ação educativa, elemento de adaptação e ajustamento, incapaz de se responsabilizar pela transformação de contexto adverso em que vive, para ser autor de sua própria ascensão social, não se poderá pensar em educação de qualidade.

No país, há um paradigma de educação centrado na forma de pensar e agir dos setores dominantes. Isso faz com que os professores se envolvam em ensinamentos que não preparam os alunos para a vida, pois atuam visando à preservação da cultura imposta e do conhecimento universal sem, no entanto, atingir uma dimensão mais autêntica, permanente, crítica, criativa, responsável por crescimento intelectual abrangente. Sem isso e sem priorizar a educação, quem perde é a sociedade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Uma rosa para quem não gostou...



Adoro piadas diretas, curtas, certeiras como coice de mula (ou será de burro?) A de hoje, surrupiei do face da Alzira Fiorin.

LULA, o  GREGO

E a professora pergunta pra turma:
 - Alguém pode me dizer qual o nome do filósofo grego, autor da emblemática frase: "Só sei que nada sei"?...

Mais rápido que sapo atrás de mosca,  o Joãozinho gritou:

- Puuuutaqueooopariu, professora, não vai me dizer que o Lula, além de  ladrãozinho e tudo,  ainda por cima é grego?!!!!!

domingo, 28 de outubro de 2012

O inquietante perfume de cravos



Alguém me perguntou quando publicarei o meu livro. Os contos já estão prontos. O título já foi escolhido por minha filha muito amada, a Daniella. (O nome escolhido por ela? O inquietante perfume de cravos). Em março darei a luz a ele. Estou escolhendo editora e um artista sensível que faça a capa (quero-a inquietante e linda).

Ante a pergunta sobre o meu livro, calei-me de muitos detalhes, mas, plagiando Otto Lara Resende, afirmei: "Escrever só faz sentido quando o que escrevemos passa por nossas veias." E, das minhas, o sangue se faz rubro, carmim, verde, robusto de esperança, desassossego, espera, ternura, amor e ódio, arrependimento, espera e perdão.

Quero que salte, das páginas dele, a seiva que compacta a vida com seus encantos e desilusões, com a ternura transformada em lágrimas e com o sorriso que resulta em estridente gargalhada.

Quero que seja comido pelos leitores com os olhos ávidos de curiosidade e com  tanta sofreguidão como venho deglutindo todos os bons livros que já li.

Quero que o leitor se encante e queira mais... Então, rendida às expectativas dele, escreverei um romance, que já foi urdido mentalmente e espera impaciente para ressuscitar nas páginas de um novo livro.

sábado, 27 de outubro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Guri Psy

Odoro o Guri de Uruguaiana (leia-se Jair Kobe). Na ultima performance, o Guri Psy, faz, com a música Canto Alegretense, mais um divertido show. Abaixo, o Guri e a inspiração, o artista sul-coreano Psy.





quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lanches divertidos e bonitos



Estou sem tempo e sem vontade de escrever algo interessante. Então, para agradar a vocês que me visitam e não me abandonam, ofereço os lanchinnhos abaixo e o luão acima.







 

domingo, 21 de outubro de 2012

O outro final da Avenida Brasil: o sarro!


 



Se eu tivesse o poder de reescrever o fim de uma novela de tamanha audiência como Avenida Brasil, provavelmente, daria um final inusitado e bem hilário para alguns personagens que participaram do último capítulo.

Sobre Cadinho e as três mulheres “gigolôs-fêmeas”:

Depois que Noêmia, Alexia e Verônica estivessem morando com o Jimmy, achando-se seguras, na maior das mordomias e detentoras de cartões de crédito bem polpudos, Cadinho revelaria a elas que nunca fora roubado pelo fiel secretário. O que houve, foi uma farsa para testar se era, realmente, amado por elas. Combinara com o secretário para fingirem que este lhe roubara toda a sua fortuna. No ínterim, procuraria uma mulher que o amasse de verdade.

Retomando o controle dos negócios, deixaria as três bruxas a ver navios. Pobres e, como não sabiam fazer nada, a não ser sexo, terminariam no bordel da Maria Machadão, que, sem explicação nenhuma, foi figurar na novela das nove. (Sentir-me-ia vingada por tanto acinte à moral e aos bons costumes!) Terminaria se casando com a Ivana, (que continuaria a falar ainda mais bobinho e ininteligível para que Cadinho se mantivesse sempre ocupado, tentando decifrar o nhem nhem dela. Com essa preocupação, não lhe sobraria muito tempo para se envolver com outras mulheres).

Lucinda:

Ao sair da cadeia, iria ao banco, retiraria a fantástica fortuna que encontrara escondida na casa de Santiago (o dinheiro do patrimônio da mulher dele) e que surrupiou como compensação por ter sido condenada pelo crime que não cometeu. (Ladrão que rouba ladrão...). Por ter solicitado a Cadinho que investisse a grana em bolsas de valores altamente rentáveis, conseguiu aumentar, às alturas, os investimentos. Com a dinheirama, compraria uma mansão muito maior que a do Tufão, decorada com extremo bom gosto, conforto e beleza. Nela, acolheria todas as crianças do lixão. Como estaria bem rica, faria plástica, lipoaspiração, pintaria o cabelo, cortaria o cabelão (ridículo para uma velhota como ela)faria um penteado lindo, que a deixaria com feições de garotinha e se casaria com o Leleco, o gostosão.

Carminha:

Só para me compensar dos grunhidos dela, ficaria presa, sem tempo para sair. (Não é isso que acontece com homens e mulheres que não têm dinheiro para pagar um bom defensor?) Como o advogado dela pediria exclusão do caso, ninguém se lembraria de tirá-la da cadeia.

Tufão:

Terminaria como técnico do Divino Futebol Club, transformando-o em campeão do Campeonato Brasileiro. Pediria um tempo para Monalisa porque achava os doze anos de espera desta um prazo muito curto para assumir uma relação formal. Com medo de ser traído mais uma vez, alegaria que preferiria ficar algum tempo sozinho. (Seria o meio encontrado por ele para se purificar por ter sido traído dentro da própria casa, na própria cama e nunca ter percebido nada e nem ouvido a gritaria infernal que o Max e a Carminha faziam no quarto do casal (ops! dele, do Tufa). Até pensou em se livrar da parentagem para alugar a mansão para cultos religiosos de mais uma igreja do Edir Macedo. Tomado pelo contumaz remorso, voltou atrás da decisão.

Nina:

Voltaria para a Argentina, porque, no Brasil, as multas por excesso de velocidade, que imprimira à lambretinha com que voava por todos os lugares, tornaram-se uma soma vultosíssima e impagável. Lá, montaria um finíssimo restaurante. Ficaria sozinha também para aprender a não se meter tanto na vida dos outros e ter amealhado tanto dinheiro (o do falso sequestro da Carminha e o da herança do pai). (O desterro seria pouco para puni-la por ter deixando escapulir verdadeiras fortunas e nem ter se importado em recuperá-las).

(Imaginem se isso seria possível em alguém tão sedento por justiça e investigativo como ela. Não andava na lambretinha com mais velocidade que os carros da polícia? Não encontrava, num zapt zupt, os lugares onde Carminha e Max se escondiam? Não adivinhava as conversas mantidas por Ivana ao telefone com Max? Não saía do emprego a hora que bem entendia, deixando as comidas fervendo no fogão e que jamais queimavam?). Além de fazer passes de mágica com a comida, resolvia os problemas mais impossíveis e retornava para servir a comilança, sofisticada e variada, sem se atrasar um segundo sequer?)

Nem o Mister M (aquele mágico desgraçado que tirou o encanto das mágicas, abrindo o bico para as TVs!) saberia explicar como Nina fazia tanta coisa ao mesmo tempo e em tempo tão curto.

Jorginho:

Não permitiria que ele se casasse com a Nina. (Mulher nenhuma deixaria um homenzão daqueles esperando que ela se vingasse da madrasta má). Transformá-lo-ia num famoso e rico jogador de futebol e o faria se casar com a Xuxa. (No lixão, sonhava em ser garoto xuxete. A Nina sabia desse sonho dele e esse poderia servir como outro bom motivo para ela ir viver entre os castelhanos). Seria convidado para ser padrinho dos filhos gêmeos da filha da Verônica (como era mesmo o nome dela?) com o filho da Monalisa (e o nome dele?). Morto de inveja porque a Xuxa não engravidava de um filho dele, não aceitaria a padrinhagem.

Muricy:

Mulher fogosa, chegada a homem mais jovem, apaixonar-se-ia pelo Roni e o transformaria num homem bem viril. Faria o gajo romper a amizade colorida com o colega jogador e exigiria que se divorciasse da Suelen. Casaria na igreja de vestido, véu e grinalda branquinhos da silva. De quebra, o aio seria o Adauto, que iria à cerimônia portando a chupeta e tudo a que teria direito por ter sido chifrado por ela.

Monalisa:

Desiludida por ter sido rejeitada, mais uma vez, por Tufão, iria para os Estados Unidos. Lá montaria uma cadeia de salões de beleza. Ficaria podre de rica e se casaria com o Brad Pitt. Em todos os anos, no Natal, enviaria ao ex-cornudo um cartão do Natal, escrevendo (nos parênteses) os números intermináveis que representavam o capital adquirido nos states.

Silas:

Depois que o filho da Suelen nascesse, bem rechonchudinho, mulato e careca, Silas decidiria assumir-lhe a paternidade. Enternecido com o "presente" de grego, convidaria a periguete para ser garçonete no bar dele, contando com ela como um atrativo a mais para o seu bar. Recusar-se-ia a se casar com ela. (Se não era casado, não era corno! Roubaria essa deixa de “Gabriela” e faria o Silas repetir isso a torto e a direito). Se alguém abrisse a boca e ele desconfiasse que seria chamado de corno, dê-lhe a cantilena…

O resto das personagens?

Terminaria conforme a vontade do autor. Ou me comprometeria em dar continuidade à novela com este título "criativo": Avenida Brasil, o retorno. Ahahahah!

Um domingo lindo para vocês!

Para ser perdoada pela brincadeira acima, que tal imaginarem passar o domingo em lugares assim?






sábado, 20 de outubro de 2012

A arte de aprender...


“Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo, você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, perceber que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa – por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que possa ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas aonde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que, quando está com raiva, tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que, realmente, a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

*Carta a minha neta


CARTA QUE O APRESENTADOR FLAVIO CAVALCANTI (1923-1986) ESCREVEU A SEU NETO.

*Psiu! Adaptei o texto para homenagear a minha neta Marianna.

Minha neta:

Pelo que você já me disse com o seu sotaque de anjo, percebo que você me considera uma criança grandona e desajeitada, e me acha, mesmo assim, uma boa companheira de brinquedos. Pena que tenhamos tão pouco tempo para brincar, estou tão longe, nos vemos tão pouco e, quando juntas, eu não quero só  brincar de passado porque você só sabe brincar de futuro.

E ainda estarei brincando de recordação quando você começar a brincar de esperança. Mas antes que termine o nosso recreio juntas, antes que eu me torne apenas um retrato na parede, uma referência do meu genro, ou quem sabe até uma lágrima de minha filha, quero lhe dizer, minha neta, que vale a pena. Vale a pena crescer e estudar.

Vale a pena conhecer pessoas, ter namorados, sofrer ingratidões, chorar algumas decepções. E, a despeito de tudo isso, ir renovando, todos os dias, a sua fé e a bondade essencial da criatura humana, e o seu deslumbramento diante da vida. Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga sua recompensa; que não há livro que não traga ensinamentos; que os amigos têm mais para dar que os inimigos para tirar; que, se formos bons observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida do ignorante.

Vale a pena casar e ter filhos. Filhos, que nos escravizaram com o seu amor. Vale a pena viver nesses assombrosos tempos modernos, em que milagres acontecem ao virar de um botão; em que se pode telefonar da Terra para a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes à fronteira de outros mundos, e descobrir na humildade que toda essa maravilha tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo sequer a chegada da primavera.

Vale a pena, minha neta, mesmo quando você descobrir que tudo isso que estou tentando ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui a prática, e cada um tem que aprender por si mesmo, que o fogo queima, que o vinagre amarga, que o espinho fere, e que o pessimismo não resolve rigorosamente nada.

Vale a pena até mesmo envelhecer como eu e ter uma neta como você, que me devolveu a infância. Vale a pena, ainda que eu parta cedo e a sua lembrança de mim se torne vaga. Mas, quando os outros disserem coisas boas de seus avós, quero que você diga de mim, simplesmente isso: "Minha avó foi aquela estranha criatura que me disse que valia a pena. E não é que ela tinha razão?!”

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Bom aprender assim...


2009 foi o ano da Reforma Ortográfica.

Cá entre nós, as mudanças só vieram para tumultuar ainda mais a cabeça já desnorteada de muitos usuários do idioma luso.

Há escribas que continuam usando acento em esposa, governo, professora e em outras tantas palavras que nunca foram acentuadas. Não se deram conta de que o chapéu dessas palavras caiu em 1972. Imaginem se não estão mais atrapalhados que cusco em procissão com a queda de alguns acentos e do hífen.

Melhor seria se tivessem abolido todos os hifens e todos os acentos. Afinal, será que alguém, ainda, lê algum texto em voz alta?

Em casos como AUTOESTIMA, o hífen caiu. A tua é que não pode cair.

Em algumas palavras o acento desapareceu, como em FEIURA. Aliás, poderia desaparecer a palavra toda.

O acento também caiu em IDEIA, só que dela a gente precisa. E muito.

O trema sumiu em todas as palavras, como em INCONSEQUÊNCIA, que também poderia sumir do mapa. Assim, a gente ia viver com mais TRANQUILIDADE.

Mas nem tudo vai mudar.

ABRAÇO continua igual. E quanto mais apertado, melhor.

AMIZADE ainda é com "z", como vizinho, futebolzinho, barzinho.


Expressões como "Eu te amo." continuam precisando de ponto. Se for de exclamação, é PAIXÃO, que continua com "x", como ABACAXI, que gostando ou não, a gente vai ter alguns para descascar.

SOLITÁRIO ainda tem acento, como SOLIDÁRIO, que
só muda uma letra, mas faz uma enorme diferença.

CONSCIÊNCIA ainda é com SC, como SANTA CATARINA, que precisa tocar a vida para frente.

E por falar em VIDA, bom, essa muda o tempo todo, e é por isso que emociona tanto.

***E de emoção é que o bom leitor precisa. Se quiser chorar, sorrir, encantar-se, vai consegui-lo com a leitura do meu livro de contos que, logo, logo, publicarei. Aguardem!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As mais belas fotos de rosas


Adoro rosas.

As rosas e o seu simbolismo

Rosas: o secretismo (sub rosa), e, de certa forma, um símbolo pagão, ligado muitas vezes a segredos escondidos da igreja durante a Idade Média. A cada cor está associado um significado diferente, alguns desses significados estão listados embaixo:

Rosas Amarelas: amor por alguém que está a morrer ou um amor platônico

Rosas Azuis: verdadeiro amor eterno, raro, forte, que nunca se abala ou descolore, em algumas culturas ela tradicionalmente significa mistério ou a busca _ ou o alcance do impossível

Rosas Brancas: reverência, segredo, inocência, pureza e paz

Rosas Champanhe: admiração, simpatia

Rosas Coloridas em tons claros: amizade e solidariedade

Rosas Coloridas, predominando as vermelhas: amor, paixão e felicidade

Rosas Cor de rosa: gratidão, agradecimento, o feminino (muitas vezes aparece simbolizando o útero em algumas culturas, como o gineceu está para a cultura ocidental - ver cor de rosa)

Rosas Vermelhas: paixão, amor, respeito, adoração

Rosas Vermelhas com Amarelas: felicidade

Rosas Vermelhas com Brancas: harmonia, unidade




































Que rosas ofereceriam para mim?