segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Preciso dizer adeus a Moacyr Scliar?


Quando morre um escritor é como se, no céu, morresse também uma estrela. Se grande e talentoso como Moacyr Scliar, é como se uma constelação das mais brilhantes, de supetão, perdesse o brilho. Como se a mais bela noite, pontuada por milhares de estrelinhas, sem nenhum prenúncio, se transformasse em horrendo cenário noturno de tempestade.

Descobri Moacyr enquanto acadêmica, numa das tantas oportunidades que eram oferecidas aos universitários, mas que bem poucos acolhiam aos apelos da cultura. Assistente de primeira fila, fui sendo cativada por ele. Sua voz doce e quase infantil, de início, não denunciava o notável escritor que ele era. Depois, pausadamente, ia retirando as cortinas do mundo e os descrevia, empregando a palavra concreta, sem devaneios, mas mantendo, nos fonemas, o tom cordial dos talentosos que se mantêm no patamar da modéstia.

Como bem frisou Luís Augusto Fisher: ”Scliar foi alguém que buscou ser inteligente e eficaz; realizou ambos os desígnios como escritor.” Porque “sua linguagem foi sempre a narrativa, nunca a poética: não se encontra em sua obra o esforço pela imagem sublime, plasmada num giro raro de palavras, numa metáfora especial, no vocabulário sutil, e sim se encontra a volúpia do relato, fosse ele de temperamento alegórico (seus contos estão cheios de figuras surpreendentes, animais falando, sonhos divinatórios, etc.), fosse de caráter realista (é repleta de vida cotidiana sua ficção).”

Sua temática era incomparável e fluente porque, segundo suas próprias palavras: “Eu escrevo a qualquer hora e em qualquer lugar. Quando viajo, levo o laptop, estou no aeroporto esperando, estou digitando. Dentro do avião, vou digitando. Quando a gente aprende a se desligar, essa coisa de precisar de silêncio, isolamento para escrever se torna desnecessária.”

Moacyr Scliar continuará digitando magníficos contos, livros e crônicas em minha memória: A balada do falso Messias, Pai e filho, filho e pai, O anão no televisor, A guerra no Bom Fim, O exército de um homem só, Os deuses de Raquel, O ciclo das águas, Mês de cães danados, O centauro no jardim, Na Noite do Ventre, o Diamante, Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, dentre tantos outros que não li.

Não vou dizer adeus a Moacyr Scliar, porque imortais não morrem, renascem em cada página de sua obra.

Homens Maduros...


Recebi este texto da Marli, o meu Anjo Número Um. Já no início da leitura, percebi não ser uma crônica de Zélia Gatai, como aparecia ao final. Para não cometer a mesma falha de quem formatou o texto, pesquisei e encontrei a verdadeira autora. O nome dela é Lisiê Silva.

Como o achei bonito, resolvi prestar uma homenagem aos meus visitantes e a todos os meus amigos virtuais, homens adoravelmente maduros que, no alto da sabedoria, pacientemente esculpida pela vida, sabem ser gentis, elogiam sem perder a compostura, não temem declarar-se frágeis e confessam, sem nunhuma culpa ou vergonha, terem feito alguém sofrer e já terem sofrido pela perda de  um grande amor. São homens verdadeiros, que sabem ser reais, fortes e carismáticos sem perderem a humanidade e a delicadeza.

"Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos homens que hoje estão na idade madura.

É claro que toda regra tem as suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor. Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacaremos aqui uma classe de homens que são companhias agradabilíssimas: os que hoje são quarentões, cinquentões e sessentões.

Percebe-se, com uma certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles tem pelo que há de mais belo: o sentimentalismo.

Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloquentes. Sabem o que falam e sabem falar na hora certa. São cativantes, sabem fazer-se presentes, sem incomodar. Sabem conquistar uma boa amizade.

Em termos de relacionamentos, trocam quantidade pela qualidade, visão aguçada sobre os valores da vida, sabem tratar uma mulher com respeito e carinho.

São homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar e de viver.

Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes.

Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer as suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados.

A razão pela qual muitos homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas deve-se a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc...

Mas eu creio que, em parte, há uma boa parcela de influência nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações da sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.

A juventude passou, mas deixou “gravado”, neles, a forma mais sublime e romântica de viver. Hoje eles possuem uma “bagagem” de conhecimento, experiências, maturidade e inteligência que foram acumulando com o passar dos anos.

O tempo se encarregou de distingui-los dos demais: deixando os seus cabelos cor de prata, os movimentos mais suaves, a voz pausada, porém mais sonora, hoje eles são homens que marcaram sua época. Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.

Muitos deles hoje “dominam”, com habilidade e destreza, essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos, pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavras de amor, nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, sentir e expressar seus sentimentos.

Muitos se tornaram poetas, outros amam a poesia.

Porque o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades.

O importante é perceber que os seus corações permanecem jovens...

São homens maduros, e que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de poder admirá-los.

Um abraço,

Lisiê Silva"


Em tempo:

É assim que os vejo, queridos homens maduros: César Augusto, Carlos, Ariosto, João Lucas, Arlindo, Luciano, Eduardo, Meu Anjo Número Dois, Roberto e tantos anônimos que me visitam, tecem lindos comentáris ou me enviam e-mails, contendo as mais belas e interessantes mensagens.

Coca Cola, como se fosse Natal

Achei lindo este comercial e, como adoro Natal...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma vida de superação e amor à arte: João Carlos Martins



Maestro João Carlos Martins é Merecidamente uma Celebridade

Biografia do Maestro

"João Carlos começou seus estudos no dia em que seu pai comprou um piano, ainda menino, com a professora Aida de Vuono. Aos oito anos, seu pai o inscreveu em um concurso para executar obras de Bach e ele venceu seu primeiro de tantos outros que estavam por vir. Começou a estudar no Liceu Pasteur e, com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias. Teve, no Liceu, aula com o maior professor de piano da época -- um russo radicado no Brasil, chamado José Kliass.

Sempre buscou a perfeição para se tornar um verdadeiro intérprete. Venceu o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo. Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington. Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial em Toronto.

Um amor tão grande pela música, uma dedicação tão intensa e meritória de admiração e respeito. João Carlos Martins viu-se por diversas vezes privado de seu contato com o piano, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque.

Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada LER, que ocorre devido a movimentos repetitivos e causa o estressamento de nervos. Novamente teve que parar de tocar, e dessa vez acreditou seria para sempre. Vendeu todos seus pianos e tornou-se treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude.

Ao realizar um concerto em Sofia na Bulgária, sofreu um ataque em um assalto, e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. E ao se esforçar, sofria dores intensas em suas mãos, principalmente na esquerda. Novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar. João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão, mas dia a dia podia tocar menos e menos com o estilo e maestria de antigamente.

Essa paixão de João Carlos pela música inspirou um documentário franco-alemão chamado Martins Passion, vencedor de quatro festivais internacionais: FIPA DÓR 2004; BANFF ROCKIE AWARD 2004; CENTAUR como o melhor documentário de longa-metragem, S. Petersburgo; BEST DOCUMENTARY AWARD, Pocono Mountains Film Festival, USA.O documentário franco-alemão sobre a sua vida - "Paixão segundo Martins" - já foi visto por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa. Também já foi exibido em algumas oportunidades na TV aberta no Brasil, no caso a TV Cultura.

“Eu estava sem rumo, em 2003, já sabendo que não poderia mais tocar nem com a mão esquerda. Sonhei então, que estava tocando piano, com o Eleazar de Carvalho, que me dizia: - vem para cá, que eu vou te ensinar a reger.” - palavras de João Carlos em uma entrevista.

Em maio de 2004, esteve em Londres regendo a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis Concertos Branndenburguenses de Johann Sebastian Bach e, já em dezembro, realizou a gravação das Quatro Suites Orquestrais de Bach com a Bachiana Chamber Orchestra. Os dois primeiros CDs já foram lançados (lançamento internacional).

Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota, demonstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mundo da música.

João Carlos realiza,também, na Faculdade de Música da FAAM, um programa de introdução à música com jovens carentes.

A atuação de resgatar a música para as pessoas que conhecem ou ainda nunca tiveram contato com ela faz parte deste "momento mágico" em que vive o maestro João Carlos Martins. Trabalha diariamente com pessoas de todas as camadas por querer mostrar que realmente "A música venceu!". E consegue."

E a gente ainda se queixa da vida...

Maestro João Carlos Martins 2

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Rodrigo, o meu filho genial!

Deu pane neste blog, ou seja, apareceram aqueles estranhos sapinhos, que, por estranha coincidência, tenho ojeriza a eles. Pois, o meu filho, o Rodrigo, um especialista amador em computação, recuperou-o à distância dos quase 600km que nos separam.

Com isso, recuperei, também, minha alegria, porque o "Palavras ao Vento" já é um pedaço de minha história.










As flores de cactus, tua planta predileta, são para ti, filho amado!

Teste de Sanidade Mental, a RESPOSTA





Bom dia, meus amigos e amigas!

Lembram do teste de ontem?

Não havia lhes afirmado que seria divertido?

Só não esperava que tantas pessoas tivessem aderido à brincadeira. Sim! O que propus ontem foi isso: uma brincadeira e divertida. Não sabem o quanto me deixaram feliz ao me auxiliarem a  manter viva  a criança que existe em cada um de nós.

Retrocedendo: propus apenas três alternativas: uma colher, um copo e um balde e não disse que tipo de banheira era o alvo da pergunta.

Se responderam, nenhum dos três e acrescentaram: "Eu abriria a tampa da banheira!", ótimo. Seriam considerados rebeldes, mas, com certas precauções, tomando algum calmantezinho leve, vocês poderiam ser considerados como portadores de relativo gozo das  faculdades mentais.

Agora, se responderam apenas “Eu abriria a tampa da banheira!", teriam o teste anulado e, segundo os padrões exigidos pela sociedade organizada, não se "encaixariam no contexto", porque "fugiram" ao esperado. Precisam, com base nisso, consultar um excelente médico psiquiatra, pois a alternativa não constava da pergunta e não coloquei “nenhuma das alternativas".

(Eu não disse que seria divertido? Se voltarem ao teste, verão que jamis afirmei que era um teste sério, portanto...)

Quem disse que usaria o balde é um ser prático e faz bom uso do seu tempo. Com algumas pílulas para acelerar o retardo, quem sabe melhoraria...

Aqueles ou aquelas que usariam o copo são pessoas tranquilas em demasia, porque  usam o seu tempo, desperdiçando-o em trivialidades. O médico particular deve ficar alerta e ir prevenindo-os(as) da necessidade de procurarem auxílios mais especializados.

Já a pessoa que usa a colher, esta, sim, é dona soberana do seu tempo, mas acredito que não tem mais nada para fazer e precisa, urgente, achar uma alternativa mais importante para preencher o vazio que é a sua vida. Um sanatoriozinho por tempo indeterminado não lhe faria mal.

Agora, afirmar que alguém é certo ou louco?

Dificílimo, porque de “doutor e louco, cada um de nós tem um pouco”, não é assim que diz aquele velho e surrado bordão?

Valeu a brincadeira?

Voltem sempre.

Ah! Acharam mesmo que o teste era sério?

De louca, eu também tenho um pouco! Mas sou uma "louca" divertidíssima que encontra encanto em tudo. Até fazê-los pensar que são doidos varridos também!

Uma gostosa gargalhada para nós, que sabemos viver a vida com leveza e muita alegria!


Convenhamos, meus queridos e queridas, dá para confiar em alguém "certinho", que encontra respostas para tudo, alguém que se acha senhor absoluto da verdade, que não vacila em julgar os outros e apontar o dedo em riste quando erram?

Dá para acreditar que alguém goza de plenas faculdades mentais quando não se dá chances para ousar, tentar novos caminhos, debochar da vida, desafinar, nem que seja uma única vez?

Será que  seres coerentes e irrepreensíveis consigo e com os outros não são os que  merecem internação e em manicômio judiciário?!

Certíssimos são vocês que deram as respostas mais hilárias e "vestiram a camiseta", ilustrando de forma brilhante  esta minha boba brincadeira.

Saudáveis mentalmente são vocês, mas ficarão ainda melhores se  romperem as amarras que os impedem de ousar mais, porque merecem ser infinitamente felizes.

(Que bom que o Roberto de Almeida, um aluno encantador, lembrou-se de minhas "artimanhas" para manter a audiência e o interesse de meus discípulos. Tenho certeza de que todos adoravam as minhas saudáveis e divertidas loucuras.)
Ah! Para ser perdoada pela reles brincadeira, ofereço-lhes as flores lá de cima e a música aqui debaixo.

Que o fim de semana de vocês, meu adoráveis e "louquinhos" amigos, seja excelente!

O mais afetuoso dos abraços e o beijo mais  barulhento, um verdadeiro Splich Plech!como aquele da música do Roberto. Lembram?

Serenata de Shubert


Adoro Shubert. Em especial esta belíssima composição, que cantava para fazer os meus filhos adornecerem. Quando me encontro com ela, canto Seranata de Shubert para a minha netinha Marianna. Como se entendesse, desde recém nascida, a garotinha se acalmava e, num passe mágico, ia fechando os olhinhos enquanto eu cantava a música. Se parasse de cantar, abria-os como se estivesse me pedindo para continuar a cantoria suave.

Confiram a beleza da canção e a magistral interpretação de Joshua Bell.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ALÔ, ALÔ!

E,vocês, Daniella, Adejane, Carla, Marli, Carmem Lígia, Nívia, Roberto e tantos outros visitantes que adoro, o que responderiam sobre o teste de Sanidade Mental que postei logo abaixo?

Mães morrem quando querem…



Texto de Alexandre Pelegi.

Achei-o lindo! Poderia ter sido escrito por qualquer um de nós...

"Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez. Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula. Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida iria me trazer. Poucas semanas depois, descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada.

Quando fiz 14 anos, eu a matei novamente. Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos voos juvenis. Mas logo no primeiro porre, eu felizmente a descobri rediviva – foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra de meu pai.

Aos 18 anos, achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição. Entrara na faculdade, iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese. Ledo engano: quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir, voltei à casa materna, único espaço possível de guarida e compreensão.

Aos 23 anos, me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão… Foi quando me casei, finquei bandeira de independência e segui viagem. Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho “mãe” se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado “avó”. Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mãe em dose dupla…

Apesar de tudo, continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar… Mas o final dessa história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando menos esperava, ela decidiu morrer.

Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida.

Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães são para sempre. Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etéreo terreno da saudade…"


*Palavras do autor:

Escrevi essa crônica em 11 de março de 2008, um dia após a morte de Ignês Pelegi de Abreu, minha mãe. Naquela época, eu não tive condições de ler o texto no ar, no que fui socorrido pelo meu amigo Irineu Toledo. Hoje, um ano após sua morte, repito essa crônica em homenagem não só a ela, como a todas as mães que habitam o céu.

Foto do dia

Teste de sanidade mental


Amigos e amigas visitantes deste espaço! Vocês se consideram seres perfeitamente equilibrados, com boa saúde mental?

Então respondam ao pequeno teste abaixo:

*Se fossem solicitados a esvaziar uma banheira cheia de água e lhes oferecessem  uma colher, um copo e um balde, qual dos três instrumentos usariam para realizar a tarefa solicitada?

Voltem aqui amanhã e saberão se estão gozando de plena sanidade mental, precisando de uma boa revisada ou de uma hospitalização como louquinhos "da silva"...


Escrevam a sua resposta em "comentários" e não precisam se identificar. Basta optar por"anônimo". Vai ser bem divertido!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Coisas da vida


Recebi este poema da Isabelly Silva... Bonitaço!

"Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...

Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos

Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
Já me arrependi por isso...

Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já fui dormir tão feliz,
Ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...

Já acreditei em amores perfeitos,
Já descobri que eles não existem...

Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram


Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir...

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena
Já deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já tive crises de riso


Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,
Outras vezes falei o que não pensava para magoar outros...

Já fingi ser o que não sou para agradar uns,
Já fingi ser o que não sou para desagradar outros...

Já senti muita falta de alguém,
Mas nunca lhe disse...

Já gritei quando deveria calar,
Já calei quando deveria gritar


Já contei piadas e mais piadas sem graça,
Apenas para ver um amigo mais feliz...

Já inventei histórias de final feliz
Para dar esperança a quem precisava...

Já sonhei demais,
Ao ponto de confundir com a realidade...

Já tive medo do escuro,
Hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali"...

Já caí inúmeras vezes
Achando que não iria me reerguer,

Já me reergui inúmeras vezes
Achando que não cairia mais...

Já liguei para quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmente queria...

Já corri atrás de um carro,
Por ele levar alguém que eu amava embora


Já chamei pela mãe no meio da noite
Fugindo de um pesadelo,
Mas ela não apareceu
E foi um pesadelo maior ainda...

Já chamei pessoas próximas de "amigo"
E descobri que não eram;

Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
E sempre foram e serão especiais para mim...

Não me deem fórmulas certas,
Porque eu não espero acertar sempre...

Não me mostre o que esperam de mim,
Porque vou seguir meu coração!...

Não me façam ser o que eu não sou,

Não me convidem a ser igual,
Porque sinceramente sou diferente!...

Não sei amar pela metade,

Não sei viver de mentiras,

Não sei voar com os pés no chão...

Sou sempre eu mesma,
Mas, com certeza, não serei a mesma para sempre...

Com o tempo aprendi que
o que importa não é
o que você tem na vida,
mas QUEM você tem

na vida...

E que bons amigos

são a família que nos

permitiram escolher...

Gosto de cada um

de vocês de um jeito

especial e único..."


Autor? Desconheço.

Se arrependimento matasse...


O texto de hoje é uma forma de mostrar à minha filha Daniella  que jamais esqueci da "melissada"...

Um dos ensinamentos que a vida me legou é jamais fazer coisas das quais eu venha a me arrepender. Embora tenha cometido muitos deslizes, que poderiam ter contribuído para graves arrependimentos, tentava demonstrar o meu desconforto no momento em que me dava conta do erro. Ainda assim, mesmo que possam ser contabilizados nos dedos de uma única mão, cometi injustiças, articulei palavras desnecessárias, magoei ou feri alguém em um dado momento de minha vida. Para me manter apaziguada com ela, decidi não carregar culpas e não me debruçar no passado, salvo se provocada.

Justamente, por isso, e pelas palavras escritas por minha filha, comentando sobre o texto “Pais: esses seres descartáveis” e que reeditei ontem, é que me debruço, hoje, sobre uma nódoa imprimida pelo mal feito. E no passado. Ao reler os lindos depoimentos de Daniella sobre o texto que ressuscitei ontem, lembrei da história da melissinha. Assim mesmo. Com letras minúsculas, porque não é uma menininha que atende por Melissa. É a sandalinha de plástico, patrocinada ou cuja garota propaganda era a Xuxa, a apresentadora e por quem a minha garotinha era doidamente apaixonada. Vale lembrar que o amor incondicional dedicado a ela extrapolou e fugiu do passado para se incorporar nos hábitos de minha neta, a Marianna. Outra adoradora da musa.

O que vou narrar tem duas versões: a minha, conforme a recordo e a da minha filha, como a viveu. Por ser a protagonista e eu a vilã, deter-me-ei no que se prontificou na recordação dela.


A tarde era de verão, num daqueles dias em que os ânimos ficam tão escaldantes como o calor típico da estação. Segundo ela, por ter sido deixada em casa pelo pai, que se fizera acompanhar pelos outros dois irmãos ao supermercado, fora tomada de fúria justificada. Para evidenciar o seu desconforto, esbravejava aos gritos, censurados com admoestações por mim. Insistindo na “má conduta”, não depois de tentar uma honrosa negociação, a menina não se acalmava.

Esgotadas todas as tentativas de finalizar o impasse a bons termos, perdi o autocontrole e, enfurecida, lancei mão do primeiro objeto intimidador para dar fim aquela cena desagradabilíssima. Como a fúria inicial da menina descambara em ofensas e palavrões, bati na perna esquerda dela com a sandália, em cujo solado constava a marca. Como um arranjo sábio do destino, na frágil e alva perninha de minha filha, ficou registrada, em nuances bem demarcadas e vermelhas, a palavra Melissinha. As letras apareciam escancaradamente como se tivessem sido talhadas a ferro e a fogo.


Para meu desconforto, a garota exibia aquela chaga como um troféu a me lembrar a maldade cometida. Obviamente, que se aproveitou disso para sensibilizar o pai e acirrar o meu arrependimento, cujo remorso carrego até hoje e que se acentua quando me lembro do triste fato. Dele, faço questão de relembrar sempre como um reforço inculcado na memória, para não repetir atos impensados, que ganham força e foro em momentos de raiva. Nestas horas, questiono-me se a minha garotinha ter-me-á perdoado...

Resta-me, no entanto, a convicção de que, baseada na dor e na humilhação sentidas, que jamais fará algo que venha magoar  a filhinha dela.

Foto do dia

Até com o rostinho sujo de comida, Marianna é linda...

Legião Urbana, para recordar

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um novo olhar sobre as flores


Hoje vou mostrar para vocês as fotografias de Paulo Mendes, um fotógrafo português com sensibilidade capaz de desnudar as flores, fotografá-las, tornando-as únicas e captando, na simplicidade do foco, toda a beleza que só um olhar sensível pode revelar.























































Vocês já tinham visto fotos assim de flores?

Perceberam que as flores "fazem pose" para a câmera, como se  se deixassem  fotografar, tão humanizadas e sensuais como uma bela mulher?

Só um fotógrafo genial consegue uma proesa dessas.