sábado, 30 de janeiro de 2010

Homenagem a um visitante sensível

Blog, este canal maravilhoso, permite estreitar amizades com pessoas sensíveis. Nominadas ou anônimas, vamos criando laços de ternura, de cumplicidade, de troca de gentilezas, de receitas, de remédios, de conhecimentos, de afetividade. Tenho amigos assim, embora virtuais, na França, na Itália, dois portugueses (casal adorável, que me ensina palavras, regras gramaticais, receitas,...), uma argentina e, logicamente, brasileiros.

O texto contido no vídeo abaixo é uma doce homenagem a um visitante que escreve lindamente em comentários anônimos.


(Psiu! Não te esqueças de clicar no segundo "quadrinho" para ampliar a imagem!)



E eu concluiria:

Saudade do que fui e não mais sou...

Saudade do simples que o complexo desfez...

Saudade da mesmice que a pressa varreu para o passado...

Saudade do frescor da juventude que o tempo tingiu de cinza, recolheu a cor...

Saudade de uma vida que não vivi...

Saudade de um riso incontido, de um pranto sem motivos, da ingenuidade que fugiu com a ânsia minha em querer conquistar o mundo...

Saudade dos filhos, dos pais, dos irmãos, dos amigos distantes...

Saudade da busca de reter o dia para prolongar as horas com medo do amanhã...

Saudade do que não fiz, não disse, não vi...

Saudade de mim...

Paradoxos? Viver não é isso?! "Ser mãe 'não' é sofrer no paraíso"?!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Saudosa Maloca...

Mais uma forma criativa de manifestação do inconformismo de brasileiros esclarecidos...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Charlie Chaplin em Tempos Modernos


Adoro todos os filmes de Charlie Chaplin. Sempre que posso, revejo-os porque as gargalhadas afloram soltas. Todavia o que muito me diverte e emociona é "Tempos Modernos".

As cenas abaixo são as mais hilárias dentre outras também engraçadas
.




Titulo Original:
Charles Chaplin - Modern Times (1936)
Título Traduzido:
Charles Chaplin - Tempos Modernos (1936)
Gênero:
Comédia
Duração:
1:22:43
Diretor:
Charles Chaplin
Ano de Lançamento:
1936

Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda a sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.

A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que, ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do "herói" na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas ideias "subversivas".

Em sua segunda parte, o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar, contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.

Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto, Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".

Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.

Um filme que é muito procurado, pelo fato de ser muito antigo, a imagem é em preto e branco, mas tem muita comédia. Esse foi o último filme de Charles Chaplin que fez sucesso.

Fonte: brunogarbe

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Músicas inesquecíveis 2

Como havia prometido ontem, eis "A Felicidade".




A Felicidade

Composição: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Músicas inesquecíveis 1

Adoro ouvir músicas, sejam clássicas ou populares. Selecionei três vídeos contendo melodias e letras das quais gosto muito e que, para não ficar cansativo e vocês fugirem daqui, vou apresentá-las em dias sequenciais.

O que constato, relacionando-as com as músicas de hoje, é que, outrora, os compositores eram muito mais inspirados. Suas composições, além de românticas, evidenciam uma grande erudição. Ou os compositores da atualidade são forçados a criarem textos altamente comerciais, ou a sua cultura não é lá essas coisas...

Neste dia, ofereço "A Noite de Meu Bem".

Comprovem se eu não tenho razão.




Cantem junto!

A NOITE DO MEU BEM

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza que eu quero lhe dar.

Amanhã, voltem aqui para verem e ouvirem "A Felicidade".

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

E o etanol, heim?


Esta postagem retirei, na íntegra, da página "Sociedade Anônima - a Economia Ilimitada", portanto não inventei, é pura verdade!

"Durante a semana, foi inaugurada a primeira usina termelétrica biocombustível do país. A térmica Juiz de Fora, em Minas Gerais, que usava gás, virou flex-fuel para queimar também etanol. É uma vitrina para vender a países importadores de combustíveis, como o Japão, a tecnologia e o etanol.

Tudo muito bom, tudo muito bom. Um dia depois, o que os pasmos brasileiros ficaram sabendo? Que está em estudo a importação de etanol de milho americano. Aquele que era menos competitivo do que o nosso. Ah, tá."

Tirem as próprias conclusões...

Fico pensando que , para ser político, a criatura já deve nascer com o estigma da desonestidade, da ladroagem, da falta de amor pátrio, da "cara de pau" e tudo que é rótulo desabonador.

Penso também que, ao deitarem, só conseguem dormir em paz e sã consciência porque a conta bancária engorda a cada nova sacanagem, senão...

Não esqueçam!

Este é ano de eleição! E a culpa de tudo de errado que acontece em nossa cidade, em nosso estado e no país também é culpa nossa! Fruto de nosso silêncio e de nossa omissão!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Uma analogia quase perfeita

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

Esta piada é uma analogia que serve, muito bem, para definir o Brasil...



Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola! Posso te fazer uma pergunta?

- Claro, meu filho, qual é a pergunta?

- O que é política, pai?

- Bem, política envolve: povo; governo; poder econômico; classe trabalhadora; futuro do país.

- Não entendi. Dá para explicar?

- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo: Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico. Sua mãe administra, gasta o dinheiro, então ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. Seu irmãozinho é o futuro do país e a Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora.
- Entendeu, filho?

- Mais ou menos, pai. Vou pensar.

Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, o menino foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo.

Foi ao quarto da babá e viu, através da fechadura, o pai na cama com ela TRANSANDO INTENSAMENTE... Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu.

Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:

- Pai, agora acho que entendi o que é política...

- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.

- Bom, pai, acho que é assim: Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dicionário, esse adorável amansa burro...



Em uma de minhas pretéritas palestras, para instigar a plateia, li um pequeno texto repleto de termos pouco usuais. Depois, interroguei algumas pessoas para saber como interpretaram esta ou aquela frase. Surpresa! A grande maioria não sabia o significado das palavras contidas no texto.

Pedi que levantassem a mão direita aqueles que, em casa, tivessem um dicionário. Surpresa de novo! Poucas foram as mãos erigidas! (Esta era uma das expressões textuais).

Hoje, lendo o Caderno de Cultura de Zero Hora de sábado (com atraso, é claro!), na crônica do professor Cláudio Moreno
Sobre dicionários, no item 4: Em A falta que faz um dicionário, esse doutor em Letras reproduz um pequeno texto da argentina Ana Maria Shua, traduzido por ele e com as devidas ressalvas ("Como a tradução é minha, assumo a culpa por qualquer heresia náutica.")


Eis o texto:

"Baixar a bujarrona! - grita o capitão. Baixar a bujarrona! - repete o imediato. Orçar a bombordo! - grita o capitão. Orçar a bombordo! - grita o imediato. Olho no gurupés! - grita o capitão. Olho no gurupés! - repete o imediato. Abater a verga da mezena! - grita o capitão. Abater a verga da mezena! - grita o imediato.

Enquanto isso, a tormenta recrudesce e nós, marinheiros, corremos de um lado para o outro do tombadilho, desconcertados. Se não encontrarmos logo um dicionário, vamos direto para o fundo!"

E vocês, meus caros leitores, se fossem marinheiros, saberiam interpretar as ordens do capitão e do imediato? Ou iriam "comer peixinhos" no fundo do mar?

Em caso positivo, corram ao dicionário! Se não o possuem, corram a uma boa livraria e comprem-no para não parecerem néscios, pacóvios ou papalvos!

Em tempo:

No comentário que Nívia Andres faz sobre esta postagem, pessoa letrada e sensível, recomenda o site
www.auletedigital.com.br, cujo dicionário é gratuito. É só baixá-lo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Poemas de Pablo Neruda



Não Me Sinto Mudar

Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo.
O tempo passa lento sobre os meus entusiasmos
cada dia mais raros são os meus ceticismos,
nunca fui vítima sequer de um pequeno orgasmo

mental que derrubasse a canção dos meus dias
que rompesse as minhas dúvidas que apagasse o meu nome.
Não mudei. É um pouco mais de melancolia,
um pouco de tédio que me deram os homens.

Não mudei. Não mudo. O meu pai está muito velho.

As roseiras florescem, as mulheres partem
cada dia há mais meninas para cada conselho
para cada cansaço, para cada bondade.

Por isso continuo o mesmo. Nas sepulturas antigas,
os vermes raivosos desfazem a dor,
todos os homens pedem de mais para amanhã,
eu não peço nada nem um pouco de mundo.

Mas num dia amargo, num dia distante
sentirei a raiva de não estender as mãos
de não erguer as asas da renovação.

Será talvez um pouco mais de melancolia,
mas na certeza da crise tardia
farei uma primavera para o meu coração.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco' Tradução de Albano Martins



Amigo

1.
Amigo, toma para ti o que quiseres,
passeia o teu olhar pelos meus recantos,
e se assim o desejas, dou-te a alma inteira,
com suas brancas avenidas e canções.

2.
Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este inútil e velho desejo de vencer.

Bebe do meu cântaro se tens sede.

Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este desejo de que todas as roseiras
me pertençam.

Amigo,
se tens fome come do meu pão.

3.
Tudo, amigo, o fiz para ti. Tudo isto
que sem olhares verás na minha casa vazia:
tudo isto que sobe pelo muros direitos
- como o meu coração - sempre buscando altura.

Sorriste - amigo. Que importa! Ninguém sabe
entregar nas mãos o que se esconde dentro,
mas eu dou-te a alma, ânfora de suaves néctares,
e toda eu ta dou... Menos aquela lembrança...

... Que na minha herdade vazia aquele amor perdido
é uma rosa branca que se abre em silêncio...

Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage


O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quidan, Cirque du Soleil, 2010

Uma de minhas paixões é assistir a espetáculos circenses desde os mambembes de precária estrutura aos mais sofisticados e completos como o Cirque du Soleil. Em 2009, tive o privilégio de estar presente na apresentação do Alegría em Porto Alegre. Naquela oportunidade, chorava e ria, tomada pela emoção diante de tudo o que presenciava.

Jamais imaginaria que o ser humano, tão frágil, poderia superar os próprios limites quer em malabarismos incríveis, quer na diversidade de imagens, criatividade, beleza, emoção, quer no perfeccionismo dos números apresentados e no ineditismo do desempenho dos palhaços. A todo momento, agradecia por estar viva e ali, deslumbrando-me com a grandiosidade do Cirque du Soleil e do espetáculo Alegría.

Em maio deste ano, mais uma vez, assistirei ao espetáculo nominado Quidan. Curiosa, pesquisei as bases da apresentação e procurei vídeos que mostrassem partes desse espetáculo que ora mostro aos meus visitantes.







Tudo isso...sem rede de proteção!


Quidan, o que significa?

Um transeunte sem nome, uma figura solitária numa esquina, uma pessoa passando apressadamente. Poderia ser qualquer um. Alguém chegando, partindo, vivendo na nossa sociedade anônima. Um elemento na multidão, um entre a maioria silenciosa. Aquele dentro de nós que grita, canta e sonha. É este o Quidan que o Cirque du Soleil celebra.

Uma jovem mulher está furiosa, viu tudo o que há para ver, a vida está perdendo todo o seu significado. A raiva está destruindo o seu pequeno mundo, e ela está no universo do Quidan. Ela se juntou a um companheiro alegre, assim como outra personagem, mais misteriosa, que vai tentar seduzi-la com o maravilhoso, o inquietante e o assustador.

O fantástico mundo de Quidan

Técnica apurada, direção artística impecável e amor pela profissão.

Há quanto tempo você não dá uma boa risada, daquelas de doer a barriga? Ou fica tão impressionado que a boca abre, a vista arregala? Assim como muitos de nós, a menina Zoé também não lembra. Os pais a ignoram, ela está aborrecida com o mundo. De repente, um estranho ser sem cabeça, portando guarda-chuva e chapéu coco, bate à sua porta. Uma trovoada. A criatura entrega o chapéu à garota. A partir daí, tudo muda. Os pais são içados em suas cadeiras e a sala de estar transforma-se em mundo mágico. Bem-vindo à Quidan.

Quidan vem do latim e significa “transeunte”. Quidan é a criatura sem cabeça, um anônimo solitário que passa pela rua. Nesse sentido, repito, Quidan sou eu, é você, somos todos nós. Comparado a outros trabalhos da companhia, como “Saltimbanco” e “Alegría”, é o mais teatral - por trás do figurino, da técnica apurada, da iluminação e da trilha sonora, há uma história. Talvez por isso Quidan consiga atingir, de maneira fulminante, tanto crianças quanto adultos.

Encantamento

Desde 1993, o Cirque é parceiro da Jeunesse du Monde (Juventude do Mundo), do Canadá, que, em colaboração com várias ONGs daquele país, do Brasil e do Chile, iniciou o projeto “A Aliança dos Jovens de Rua pela Voz das Artes”. O objetivo é realizar oficinas de circo com jovens em situação de risco.

A alegria permanece ao longo das duas horas de duração de Quidan, provando que crianças são, de fato, a plateia mais generosa. No picadeiro, uma mescla de teatro, dança e arte circense, em números de contorcionismo e malabarismo com cordas, aros e barras. A técnica impressiona. Destaque para Cory Sylvester e sua Roda Alemã, manobrada com precisão no palco giratório; para o grau de dificuldade do número Statue (“Estátua”), no qual Jérôme le Baut e Anna Vicente constroem poses com o corpo sem nunca perderem contato um com o outro, em um exercício de extrema força e equilíbrio; e, finalmente, para a divertidíssima apresentação do palhaço Toto Castineiras, que arranca risadas de todo o público. O artista chama pessoas da plateia para participar.


MOMENTOS

Talento:
Mark Ward, que faz o personagem John, ao lado de Ella Bangs, que interpreta a menina Zoe. Ward é dançarino profissional e está em Quidan há 11 anos.

Humor:
Toto Castineiras faz o palhaço. Com muita mímica, estilo burlesco e participação da plateia, o artista garante risadas de todo o público, em dois números irreverentes.

Agilidade:
As meninas Chen Liu, Deng Lu, He Yuxiao e Liu Quianying, com seus diábolos. Sintonia e destreza são condições necessárias para o número, que encanta a platéia.


Fonte: ADRIANA MARTINS
Repórter

E.T.: Não percam esse espetáculo!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Rir ainda é um ótimo remédio...



Recebi essas "maravilhas" de um primo que mora nos Estados Unidos! Talvez as piadas já estejam "morrendo" de velhas, mas, como não as conhecia e dei belas e sonoras gargalhadas com a leitura delas, decidi repassá-la para os meus leitores.
EXPLICAÇÃO

Se você é feio, pobre, burro, e mesmo assim tem um monte de mulher dando em cima de você, só tem uma explicação: Você mora embaixo de um puteiro.


ESTATÍSTICA

Estudo revela que, depois de fazerem amor, 10% dos homens voltam-se para o lado direito, 10% para o lado esquerdo e os outros 80% voltam para casa!"


FASCINANTE

"O meu trabalho me fascina tanto... que chego a ficar parado olhando para ele sem conseguir fazer "Poooorraaa nenhuma"


MARIDO VAIDOOOOOOOOOSO ...

O marido vaidoso compra um sapato novo.
Chega em casa e fica andando pra lá e pra cá e nada da mulher perceber sua nova aquisição.
Para chamar a atenção, ele resolve tirar toda a roupa.
Completamente nu, ele aparece novamente andando pra lá e pra cá. A mulher finalmente pergunta:
- Ficou doido? O que você faz andando pra lá e pra cá, com esse pinto pendurado à mostra?
O marido aproveita a oportunidade e responde:
- É que ele está olhando para o meu sapato novo.
E ela retruca:
- Por que você não comprou um chapéu?


VALOR DO CONHECIMENTO....

O Quim, o Zé e o Joca trabalhavam numa obra. De repente, o Quim caiu do 15º andar e morreu.
O Zé disse:
- Um de nós tem que avisar a mulher dele...
Ao que o Joca respondeu:
- Eu sou bastante bom nessas coisas, eu vou!
Passada uma hora, o Joca estava de volta, com um engradado de cerveja.
O Zé perguntou:
- Onde arranjou isso?
- Foi a viúva do Quim que me deu.
- Como é? Você diz que o marido dela morreu e ela te dá uma caixa de cerveja?
- Não foi bem assim. Quando ela abriu a porta, eu disse:
- Você deve ser a viúva do Quim..
Ela respondeu:
- Não, eu não sou viúva!
E eu disse:
- Quer apostar um engradado de cerveja comigo?


A DESCOBERTA

Joãozinho completa 9 anos e seu pai lhe pergunta:
- Meu filho, você sabe como nascem os bebês?
O menino assustado, responde:
- Não quero saber! Por favor, prometa que não vai me contar, pai!
O pai, confuso, não se conforma, e pergunta:
- Mas por que você não quer saber, Joãozinho?
- E o menino, soluçando, responde: - Aos 6 anos me contaram que não existe coelho da Páscoa; aos 7 descobri que não existem fadas-madrinhas, nem sereias, nem o Saci Pererê, aos 8 entendi que o Papai Noel é você!
Se agora eu descobrir que os adultos não trepam, não vejo mais razão para continuar vivendo!!

LOIRA

Uma loira chegou com seu carro novinho numa loja de acessórios e disse para o vendedor:
Quero instalar um para-raios no meu carro.
E o vendedor explicou:
Olha, eu nunca ouvi falar nesse equipamento pra veículo. Por que é que você quer instalar um para-raios no seu carro?
E a loura:
- Heloooooooooouuuuuuuu! Nunca ouviu falar de sequestro relâmpago não, ô desinformado?

Frases para refletir



Será que todos os blogueiros são como eu, que se entusiasma ao ler comentários feitos sob as postagens que aparecem em seus bolgs?

Numa noite em que as horas passavam letárgicas, tive a tolerância necessária para acompanhar as "voadas" de meu marido no controle remoto da TV e, numa parada mais longa em um dos canais, assisti à Luciana Gimenez anunciar, feliz, que seu blog fora visitado por 30000 pessoas.

Meu coração deu os tradicionais pulinhos de alegria: o meu "Palavras ao Vento" já havia ultrapassado 44000 visitas. Não é um bom motivo para comemorar? Ela, linda de "morrer", rica, famosa e com o mais poderoso canal de comunicação, a TV, estava feliz por seus trintinhas, como não poderia eu estar radiante com meus pouco mais de quarentinha?

Viram? Para ser feliz, não preciso de muita coisa! Claro que uma boa grana no banco, duplicando e se fazendo midas não seria nada mau , pois saúde aos borbotões já tenho, amor para dar e vender, também! E quando isso tudo vem recheado de belas palavras de meus visitantes, então posso cantar "a vida é bonita, é bonita, é bonita"!

Adorei o que um visitante anônimo (ou seria anônima) enviou-me abaixo da postagem de ontem:

"Tenha tempo para:
LER - é esta a base da sabedoria.
REZAR - é este o segredo da vida.
PENSAR - é esta a fonte do poder.
SONHAR - é este o meio de ligar a uma estrela o carro em que viaja a terra.
SER AMIGO - é este o caminho da felicidade.
DIVERTIR-SE - é o segredo da juventude perpétua.
TRABALHAR - é este o preço do êxito.
AMAR E SER AMADO - é este o previlégio dos deuses.
SER ÚTIL AOS OUTROS - esta vida é demasiado curta para que sejamos egoístas."

Mais do que incentivo, essas palavras induzem a uma bela reflexão, embora os três preceitos que me impulsionem a viver mais e melhor sejam:

1. Não espero nada de ninguém. O que vem é sempre LUCRO!

2.Não faço para os outros o que não desejo para mim.

3. Não dou palpites porque odeio recebê-los. Quando preciso de conselhos, consulto os ditames de minha consciência.

Para esse anônimo tão sensível, dedico Bolero de Ravel com Maurice Bejart e um belo bailado.

Obs.: O Bolero de Ravel e Adágio, dentre outras, são as músicas que selecionei para o meu funeral. (Coitado do meu filho Rodrigo, que além de ter de enterrar-me, antes, terá que carregar o som... Ahahahahah!)


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O sabor da vida - Vale a pena ler de novo?



A primeira vez em que tive um texto publicado em Zero Hora, minha emoção foi tão vívida que senti vontade de cantar, falar para as pessoas, amar o mundo inteiro. A felicidade intensificou-se através de ligações recebidas congratulando-me, não só pelo texto por mim escrito, mas por ter acrescido ao meu nome o de minha cidade e o de meu estado. Percebi que, quando se tem a origem publicada, os conterrâneos sentem-se, da mesma forma, prestigiados. Desde aquele momento, comecei a entender que pessoas sensíveis não precisam de muita coisa para se ufanar de seu chão, mesmo que incontáveis situações conspirem contra o senso pátrio. Palavras significativas e gestos concretos despertam-lhes a força imperiosa e telúrica, que lhes deveria ser contumaz e inerente.

É preciso que algo aconteça, uma data importante para que aflore o orgulho de se ter nascido em determinado lugar e para se perceber que a Pátria não é só um determinante de nacionalidade. É o solo onde se plantam afetos, as pessoas com quem se interage, o singelo prazer em se plantar flores, a magia do labor diário, a saudação entusiasmada a desconhecidos mesmo que tímida a resposta, a sensação do dever cumprido, o elogio desinteressado, o abraço caloroso, as despedidas na certeza do reencontro, o não ter que se pedir perdão, as trivialidades encantadoras da vida. Até a pressa que contagia, a vontade em pular etapas para mais rápido se chegar ao almejado, o arrependimento de não se ter tentado, o peso na consciência em burlar a balança na falta de comedimento alimentar, a saudade dos ausentes, a lágrima incontida, o telefonema adiado a amigos e familiares, os deslizes do cotidiano.

São reminiscências e estranhas realidades que fazem doce o sabor da vida. Se o simples texto publicado em grande jornal causa euforia, imagine-se o rufar de tambores anunciando a passagem de escolares desfilando garbosos em homenagem à Pátria, o som de violas e gaitas gemendo vanerões e rancheiras ou o trote de cavalos anunciando a Semana Farroupilha. Numa dança festiva, vislumbrem-se cada cidade, cada estado, todo o país ufanando-se por feitos grandiosos de sua gente, pela eliminação de vilanias, pela percepção do povo educado, saudável, seguro, realizado, usufruindo das benesses geridas pelo progresso, sentindo-se orgulhoso de si e de seu país, não apenas no 7 ou no 20 de Setembro, mas em todos os dias.


O que as pessoas não querem mais é sentir a sua cidade, o seu estado e o seu país como um fardo difícil de carregar e de não encontrarem motivos para festejos. O que desejam, inspirando-se na emblemática figura de Sepé Tiaraju, é poder bradar, com galhardia, “este chão tem dono!” e desejar que o torrão gaúcho retome a condição singular de “celeiro nacional”, desde que cada gaúcho seja tropeiro do progresso sulino e novo bandeirante do Brasil. Sem esquecer a corrupção que assola o país.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O verbo ter e o sujeito


Coitado do verbo ter! De tão mal empregado até já ganhou um sujeito. Não! Não é amante, amigo, pessoa. É sujeito simples mesmo!

Quando alguém me pergunta se uma fala está certa ou errada, respondo que depende do contexto. Se alguém disser "hoje tem recital na Academia Brasileira de Letras", certamente que cabelos em pé ficarão. Naquele templo que de imortal só leva a fama, a preservação da língua culta e do seu bom uso é uma obrigação.

Lá, o usuário do idioma luso, que cultíssimo também deve ser, deverá, obrigatoriamente, afirmar: "Hoje, há recital na Academia (com maiúscula e toda a pompa!)

Agora, se uma adorável e dedicada professorinha das séries iniciais escrever, caprichosamente, no quadro verde: Hoje tem sol!, os ânimos ficarão apaziguados. No entanto, se tivesse escrito: "Hoje há sol!" a criançada é que ficaria com os cabelinhos arrepiados.

Onde pretendo chegar? Ao ínicio de meu "falatório" quando dualizei fala e contexto. Não se vai de camisa e bermudas a uma festa de gala. Em oposição, o estádio de futebol exige roupas despojadas. Assim acontece com a fala e a escrita.

Já imaginaram deixar um bilhete na geladeira para a doméstica, se esta não for letrada, escrito deste jeito: "Relatar-me-ás, amanhã, a respeito da postura e dos enfrentamentos por ti sofridos por parte de meus rebentos! " Coitada! Achará que é linguagem de ETs.

Traduzinho e inserindo no contexto o verbo TER, uma professora lingou-me questionando se o verbo ter tinha sujeito em " Tem gente que ama e odeia ao mesmo tempo".

Uma colega
jurava de pés juntos que gente era o sujeito simples dessa oração e que a construção frasal estava errada! Partia daquela regrinha básica:" antes de procurar o objeto, ACHE o sujeito", fazendo a pergunta QUEM É QUE TEM? Claro que a resposta seria GENTE! nesse contexto.Gente é o OBJETO DIRETO de ter. Dizia , também, que empregar ter por haver ou existir era coisa de burros.

Corro em defesa da questionante. O verbo TER como sinônimo de HAVER e EXISTIR é SEMPRE impessoal e, por isso, NÃO TEM SUJEITO, ou seja, essa é uma típica contrução de ORAÇÃO SEM SUJEITO ou SUJEITO INEXISTENTE (como queiram...) e, no contexto de sala de aula infantil, a frase está... CORRETÍSSIMA!

Duvidam? Corram à
Novíssima Gramática de Domingos Paschoal Cegalla, 44a. edição, página 426, alínea 3.

Não têm (=possuem) essa gramática? Então "dou de graça para vocês!" (OPS! Não é o livro! É o que está escrito nele! (Não sou tão generosa assim!))

Palavras de Paschoal (até parece que esse grande gramático é meu amigo íntimo!):

3a.) Na língua popular brasileira é generalizado o uso de
ter, impessoal, por haver, existir. Nem faltam exemplos em escritores modernos:

"No centro do pátio
tem uma figueira velhíssima, com um banco embaixo." (José Geraldo Vieira)

"Soube que tem um cavalo morto, no quintal. " (Carlos Drummond de Andrade)

Esse emprego do verbo
ter, impessoal, não é estranho ao português europeu: "É verdade. Tem dias que sai ao romper de alva e recolhe alta noite, respondeu Ângela." (Camilo Castelo Branco) [Tem = Há], termina Paschoal.

Resumindo, se até os eruditos empregam o ter por haver, por que a mestrinha não poderá fazê-lo e nós, míseros mortais?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Caso chova ou Caso chover?



O queridíssimo prof. Édson de Oliveira, embora recentemente falecido, ainda faz parte de minha vida. Sempre que cometo algum deslize tanto na fala como na escrita, lembro-me das suas aulas, da sabedoria, do entusiasmo e, sobretudo, da humildade em reconhecer erros. O título de seu livro mais famoso, o "Todo mundo tem dúvidas, inclusive você", verdadeira bula de cabeceira, faz com que, quando me equivoco, embora tenha consultado muitos autores para responder o consultado, reconheça que errei.


Foi o caso sobre a consulta de qual a forma correta : "Caso eu viaje para a Bahia ou Caso eu viajar para a Bahia". Em pesquisa a um gramático famoso que apregoava que, entre os nexos introdutores do Futuro do Subjuntivo estava a conjunção CASO, " atirei-me para trás" e afirmei que as duas formas estavam corretas. Errei feio.

Foi preciso que uma argentina, a Natália, professora de Português no vizinho país, desse-me o "puxãozinho de orelha"! Verdade! Com a conjunção Caso, só se usa o PRESENTE do SUBJUNTIVO. Segue o testemunho do professor Claudio Moreno, doutor em Letras e em quem confio cegamente.

Caso eu for, caso eu vá

Prof. Moreno:

Sou tradutor e lhe escrevo para saber qual é o uso correto do tempo verbal para a palavra CASO, quando ela tem o valor de uma conjunção condicional, similar ao SE. Apresento-lhe, abaixo, três variantes que surgiram em discussão com colegas:

1) Caso eu TIVER dinheiro, IREI (ou VOU) à Bahia passar o verão.

2) Caso eu TENHA dinheiro, IREI (ou VOU) à Bahia passar o verão.

3) SE eu TIVESSE dinheiro, IRIA à Bahia passar o verão.

Eu acredito que a variante (1) é certa porque estou falando de uma coisa eventual que pode acontecer no futuro (futuro do subjuntivo) que, como infelizmente sumiu do espanhol falado, traz estas dúvidas de tradução aos hispanofalantes. A variante (3) também seria correta porque estamos falando do período hipotético (no caso da possibilidade), que requer o imperfeito do subjuntivo (na oração subordinada) e futuro do pretérito (na principal). Contudo, para nós, argentinos a diferença não é fácil de ver. Por favor, agradeceria uma explicação que seja talvez mais gramatical e que sirva para esclarecer estes problemas tão frequentes e que as gramáticas brasileiras não examinam com a devida profundidade; se for possível, me indique uma gramática especializada. Atenciosamente.

Carlos Piacentini — Buenos Aires, Argentina

Prezado Carlos, há duas questões distintas envolvidas na tua pergunta. Vamos por partes.

Primeira — Peço-te que me acompanhes num pequeno passeio pelo terreno (muito) escorregadio da Semântica. Compara estas duas orações subordinadas condicionais: (a) Se eu tivesse dinheiro, iria/ia à Bahia passar o verão. (b) Se eu tiver dinheiro, irei/vou à Bahia passar o verão. Há uma diferença fundamental entre elas: embora ambas se refiram a algo hipotético no futuro, qualquer falante nativo do Português vai entender que (a) exprime apenas um desejo de quem está falando, enquanto (b) apresenta a ida à Bahia como algo realmente possível. Em outras palavras: (b), ao contrário de (a), traz implícita a esperança de que o dinheiro necessário será obtido.

Como ambas as condicionais usam a conjunção se, essa diferença que apontei acima só pôde ser expressa pelo uso dos tempos verbais. Em (a), temos um futuro hipotético, expresso pelo futuro do pretérito e pelo imperfeito do indicativo na oração principal (iria/ia — a ordem indica a preferência, numa escala que vai do menos ao mais usual). A ele corresponde o imperfeito do subjuntivo na subordinada (tivesse).

Em (b), já temos um futuro possível, expresso pelo futuro do presente ou pelo presente do indicativo (irei/vou). A ele corresponde o futuro do subjuntivo na subordinada (tiver).

Segunda — Na estrutura (b) (aquela em que o falante manifesta esperança de que algo vá acontecer), temos duas maneiras para construir a subordinada condicional: ou usamos a conjunção SE, ou usamos CASO. Casoconjunção — não por mágica, mas por participar de uma locução conjuntiva maior, NO CASO QUE (deves lembrar que temos muitas outras locuções com valor de conjunção: ainda que, se bem que, mesmo que, etc.). A locução no caso que, hoje pouco usada em sua forma integral (”No caso que eles venham”— Caldas Aulete), foi abreviada para CASO, que continua a exigir o mesmo presente do subjuntivo que a locução completa exigia. Isso significa que SE e CASO são sinônimos (dizem a mesma coisa), mas exigem tempos diferentes do subjuntivo: “SE eu TIVER dinheiro”, mas “CASO eu TENHA” (ou, como era antigamente “NO CASO QUE eu tenha dinheiro”). é um substantivo do Português que pode ser usado como

Ou seja: apesar da semelhança SEMÂNTICA, as duas formas têm uma pequena diferença SINTÁTICA. Por isso, prezado Carlos, vais ter de te acostumar a usar sempre o presente do subjuntivo com CASO: “caso vocês QUEIRAM”, “caso CHOVA”, “caso V. Sa. DESEJE”— e assim por diante.

Pedes uma boa gramática? Olha, não existe uma gramática completa de nosso idioma (como, aliás, não existe de língua alguma). Se ainda não tens, recomendo-te a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (um brasileiro e um português escrevendo a quatro mãos), da ed. Nova Fronteira, ou a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, ou, finalmente, a já clássica Gramática Portuguesa, de Pilar Cuesta e de Maria Albertina Mendes da Luz, da Ed. Gredos, de Madri (escrita para os falantes do Espanhol). Há excelentes gramáticos tradicionais — velhos, mas sólidos —, como Eduardo Carlos Pereira, Mário Barreto, Said Ali, mas acho difícil que os encontres, porque uma idiotia bem brasileira fez com que nunca mais fossem reeditados. Espero ter resolvido tuas dúvidas. Abraço. Prof. Moreno

As rosas amarelas e vermelhas são a minha homenagem e o meu agradecimento para Natalia, a mestra argentina!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dia de Reis 2


Dia de Reis pelo mundo

"Essa festa se tornou uma grande celebração, por exemplo, na igreja ortodoxa, tanto católica quanto russa. A Festa de Reis é celebrada com mais solenidade inclusive que o Natal", conta Develar.

Tanto é verdade, que, em determinados países, ganha-se presentes no dia 6 de janeiro. Na Espanha, a data é chamada de Festa de Reis. Na Itália, eles chamam a festa da "Befana". O professor explica que Befana seria uma velha bruxinha boa que dá presente para as crianças. "É uma imagem bonita, porque tira aquela ideia da velha bruxa má que pega as crianças.

No Natal, sente-se, principalmente na Itália, a valorização do idoso", aponta. Essa tradição é seguida até hoje na Itália: ninguém recebe presente no dia 25 de dezembro e, sim, no dia 6 de janeiro. Na Europa inteira é feriado no Dia de Reis.

Segundo Develar, existem determinados presépios espalhados pela Europa nos quais os Magos são colocados apenas no dia 6 de janeiro, representando a real chegada à manjedoura. "E o menino Jesus, ao invés de estar deitado, é trocado por uma imagem de menino maior e que está sentado no colo da mãe", conta o professor da PUC-Rio.

José Roberto acredita que, nesses países, curtem mais a festa de Natal. "O período do Natal vai até o batismo de Jesus, é um tempo maior. Hoje, com a pressa do mundo, para nós, brasileiros, no dia 1º de janeiro já é Carnaval".

Na Europa, as grandes compras são depois do dia 1º de janeiro, porque os presentes são dados apenas no dia 6. "O Brasil segue mais o calendário americano. Dessa forma, poderíamos dizer que muito do sentido religioso se paganizou. É como se fosse uma festa de aniversário sem o aniversariante presente, um casamento sem a noiva. O personagem principal não está", desabafa Develar.

Além das comemorações descritas acima, é hoje que as decorações natalinas são desfeitas. Os enfeites são tirados das árvores, as guirlandas retiradas das portas, os presépios desmontados. Tudo é embalado cuidadosamente pelas famílias à espera do próximo Natal.

Reisado no Brasil

Apesar de a maioria dos brasileiros não estar tão ligada quanto os europeus à Festa de Reis, inúmeras comunidades, principalmente no interior do Brasil, promovem os chamados Reisados ou Folias de Reis, festas folclóricas que receberam a influência das origens européias da celebração mas que adotaram formas, cores e significados locais bastantes próprios de nosso povo na expressão que virou parte de nossa cultura.

Os Reisados brasileiros envolvem música, dança, celebração religiosa, orações, com elementos específicos mais marcantes dependendo da região do país, e acrescenta a tradição de que aqueles que recebem a visita do Reisado em suas casas (na realidade, o simbolismo representa a visita dos Reis Magos a Jesus) devem oferecer graciosamente comida a seus integrantes, que realizam toda sua preformance de tradição folclórico-religiosa local, enaltecem o hospedeiro, agradecem pela comida e seguem para o próximo destino.

Mas, afinal, que estranha estrela seria essa que guiou os Reis Magos?

No final do ano de 1572, o astrônomo dinamarquês Tycho-Brahe descobriu uma estrela muito brilhante na constelação de Cassiopéia. Na verdade, o seu brilho era tanto que o novo astro podeia ser visto mesmo à luz do dia, durante quase 20 meses. Mais tarde, esse fenômeno seria batizado de nova e supernova, denominações usadas em Astronomia para designar as estrelas que explodem, aumentando assustadoramente de brilho e, depois de algum tempo, quase desaparecem do firmamento.

Contemporâneos de Tycho-Brahe viram, no astro, a mesma estrela que teria guiado os Magos, enquanto outros afirmavam que o fenômeno anunciava a chegada de um segundo Salvador. Astrônomos encontraram ocorrências de novas na primavera do ano 5 a.C., ano que não está em contradição com o provável nascimento de Jesus, que, segundo os teólogos, deve ter ocorrido entre os anos 5 e 7 a.C. e não no ano 1, como é comum imaginar. A hipótese da nova, ou supernova, encontra adeptos até os dias atuais.

Outra versão proposta pelo filósofo grego Orígenes (que viveu de 183 a 254 d.C.) supõe que o agora conhecido cometa Halley teria sido o astro visto pelos Magos. No entanto, dados apurados junto a registros dos chineses, observadores atentos dos astros celestes, indicam que a possibilidade de o cometa de Halley ser a Estrela de Belém representaria uma diferença de mais de 11 anos em relação à suposta data de nascimento de Jesus.

Alguns acreditam que a visão da estrela pode ter sido consequência de uma conjugação planetária. Este fenômeno ocorre quando dois planetas se movem e ficam próximos um do outro. O resultado visível desse movimento pode ser uma luz intensa. No entanto, os Magos, porque eram sábios, não deveriam deixar-se enganar por esse fenômeno.

Atualmente, ainda não existe nenhum consenso. O astrônomo britânico Patrick Moore, avança mais uma hipótese para o ocorrido. Segundo ele, a luz intensa vista naquelas localidades do Oriente não passou de uma chuva de meteoros.

Fonte: site Uni>ersia